Cisto Periapical – Definições e Aspectos Radiográficos/Tomográficos – XXV

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ASSESSORIA AO CIRURGIÃO DENTISTA

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Por definição, cistos são cavidades patológicas, recobertas por tecido epitelial, cujo conteúdo é líquido ou semi sólido. Os cistos periapicais são os mais frequentes do complexo maxilo-mandibular e desenvolvem-se através de um processo inflamatório apical, o qual discorreremos a seguir.

 

Todo e qualquer estímulo em coroa dental repercutirá no tecido pulpar. Uma lesão do órgão dental (LOD) – seja uma cárie, ou uma fratura coronária e/ou radicular – pode levar à uma inflamação irreversível da polpa – a hiperemia que leva ao constante aumento de volume de um diminuto feixe de tecido conjuntivo frouxo, confinado no interior de estrutura mineral, resultará em necrose pulpar.

 

O conteúdo necrótico extravasado através do forame apical acaba por desencadear um processo inflamatório que leva à lise/rarefação óssea periapical difusa (clinicamente, um abscesso dento alveolar). Quando este abscesso não é tratado, o sistema imunológico consegue circunscrever os agentes patógenos de baixo grau de virulência, formando-se então um granuloma. À medida que o granuloma cresce, as células mais internas de sua massa liquefazem-se, dando origem ao cisto periapical – o revestimento epitelial do cisto radicular é proveniente das células epiteliais de Malassez, que auto destroem-se durante o processo inflamatório periapical e dão origem à cavidade cística.

Os cistos apicais, também denominados cistos radiculares, podem crescer continuamente, devido à diferença de pressão osmótica entre o interstício e a cavidade cística. O organismo, na tentativa de conter o crescimento progressivo do cisto, desenvolve uma esclerose óssea reacional. Radiograficamente, o cisto periapical apresenta-se como uma imagem radiolúcida/hipodensa, circunscrita, de limites definidos, unilocular e envolta por esclerose óssea reacional (halo radiopaco/hiperdenso). É importante ressaltar que, radiografica e tomograficamente, lesões císticas possuem limites bem definidos e corticalizados, provocando aumento de volume de corticais adjacentes, podendo rompê-las. Esta cortical limítrofe indica crescimento lento. Lesões císticas costumam ser indolores e podem alcançar grandes dimensões. Quando  são lesões em maxila, podem estender-se para o interior das cavidades nasal e sinusal. Quando são lesões em mandíbula, podem rechaçar o canal da mandíbula em direção à base da mandíbula.

Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, associada ao ápice do dente 46 – Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, associada ao ápice do dente 46 – Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, possivelmente associada ao dente 16 (notar alargamento do forame apical de sua raiz palatal), mantendo contato com as raízes dos dentes 17 e 15. Observa-se abaulamento do assoalho do seio maxilar. Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, possivelmente associada ao dente 16 (notar alargamento do forame apical de sua raiz palatal), mantendo contato com as raízes dos dentes 17 e 15. Observa-se abaulamento do assoalho do seio maxilar. Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, possivelmente associada ao dente 16 (notar alargamento do forame apical de sua raiz palatal), mantendo contato com as raízes dos dentes 17 e 15. Observa-se abaulamento do assoalho do seio maxilar. Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, possivelmente associada ao dente 16 (notar alargamento do forame apical de sua raiz palatal), mantendo contato com as raízes dos dentes 17 e 15. Observa-se abaulamento do assoalho do seio maxilar. Cisto Periapical.

 

Cisto periapical associado às raízes (residuais) do elemento 17 e que se projeta para o interior do seio maxilar correspondente, com expressivo aumento de volume da cortical de seu assoalho. Este caso nos mostra a proporção exuberante que um cisto periapical pode alcançar – este cisto periapical ocupa grande parte do seio maxilar e estende-se em direção do assoalho da cavidade orbital.
Cisto periapical associado às raízes (residuais) do elemento 17 e que se projeta para o interior do seio maxilar correspondente, com expressivo aumento de volume da cortical de seu assoalho. Este caso nos mostra a proporção exuberante que um cisto periapical pode alcançar – este cisto periapical ocupa grande parte do seio maxilar e estende-se em direção do assoalho da cavidade orbital.

 

Cisto periapical, provavelmente associado ao elemento 11 (com fratura radicular), estendendo-se desde a raiz do dente 15 à região de linha média. Notar o extenso rompimento da cortical do assoalho da cavidade nasal (corte sagital) com extravasamento do conteúdo cístico para o seu interior (corte coronal).
Cisto periapical, provavelmente associado ao elemento 11 (com fratura radicular), estendendo-se desde a raiz do dente 15 à região de linha média. Notar o extenso rompimento da cortical do assoalho da cavidade nasal (corte sagital) com extravasamento do conteúdo cístico para o seu interior (corte coronal).

 

Cisto periapical (G), associado às raízes do dente 27 (com respectivos condutos parcialmente obturados) e que provoca abaulamento do assoalho do seio maxilar. O item C indica corpo estranho.
Cisto periapical (G), associado às raízes do dente 27 (com respectivos condutos parcialmente obturados) e que provoca abaulamento do assoalho do seio maxilar. O item C indica corpo estranho.

 

Referencias Bibliográficas

-Capella LRC, Simoes AYR, Oliveira RJ in: Cabeça e Pescoço. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Capítulo 7 (Complexo Maxilomandibular e Lesões Odontogênicas). Pags. 343-382

-Mahesh BS; Shastry S; Murthy P; Syostna TR. Role of Cone Beam Computed Tomography in Evaluation of Radicular Cystmimicking Dentigerous Cyst in a 7-year-old Child: A Case Report and Literature Review. Int J Clin Pediatr Dent. 2017 Apr-Jun;10(2):213-216. doi: 10.5005/jp-journals-10005-1438. Epub 2017 Jun 1.
-Tavares DP; Rodrigues JT; Santos TCRB; Armada L; Pire FR. Clinical and radiological analysis of a series of periapical cysts and periapical granulomas diagnosed in a Brazilian population. J Clin Exp Dent. 2017 Jan; 9(1): e129–e135.

-Huh JK, Yang DK, Jeon KJ, Shin SJ. Progression of periapical cystic lesion after incomplete endodontic treatment. Restor Dent Endod. 2016 May;41(2):137-42. doi: 10.5395/rde.2016.41.2.137. Epub 2016 Feb 22.

– Shear M; Speight PM. Cistos da Região Bucomaxilofacial. São Paulo: Santos, 2011. Capítulo 11 (Cisto Radicular e Cisto Residual) Pags.123-142.

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